quinta-feira, 15 de março de 2012

SELEÇÃO DE ATORES E ATRIZES PARA O GRUPO TEATRAL BOIÚNA (GTBL)


O Grupo Teatral Boiúna Luna (GTBL) foi contemplado pelo edital PROEXT 2012, por intermédio do PROGRAMA AÇÕES DA CULTURA POPULAR NO DESENVOLVIMENTO DA CIDADANIA, por tanto, selecionará cinco extensionistas (obrigatoriamente alunos da UFPB), dentre os atuais participantes e os que forem eleitos neste processo, para receber uma bolsa de R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais) por nove meses, com carga horária de 20 horas semanais em atividades comuns do grupo e regência de oficinas em escolas públicas.

Seleção para o grupo:

O Grupo teatral Boiúna Luna (GTBL) abre inscrições para selecionar seis (06) atores e quatro (04) atrizes que deverão participar do espetáculo Macunaíma, com estréia marcada para agosto deste ano.

O GTBL é um grupo de extensão e experimentação teatral ligado à Universidade Federal da Paraíba, com direção de Osvaldo A. Anzolin. O Grupo se formou em 2010, com o projeto de extensão (PROBEX) Teatro Pedagógico, e desde então se dedica em desenvolver um teatro com interesse temático na crítica social e essencialmente visual, com a utilização vigorosa do corpo para tanto. Sem fins lucrativos, o trabalho é unicamente com a intenção de promover a experimentação artística em prol da cultura e da educação. 

Os encontros do grupo acontecem semanalmente, com alguns outros encontros não obrigatórios destinados a estudos e treinamento de técnicas. É fundamental que o candidato tenha no mínimo a disponibilidade aos sábados pela manhã.

As inscrições deverão ser feitas com mensagem contendo nome, data de nascimento e telefone para contato, enviada para o endereço eletrônico: anzolin1966@hotmail.com

A seleção será no dia 17 de março de 2012, às 9 horas, na sala de ensaios do Teatro Santa Roza. O candidato deverá chegar com alguns minutos de antecedência, com roupas apropriadas para atividades físicas, garrafinha de água para se hidratar e um pequeno texto memorizado, para uma atividade de interpretação e expressão vocal. Segue algumas sugestões e exemplos de textos que podem ser usados:

Texto 01:
“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia, tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Sio incitavam a falar exclamava: If — Ai! que preguiça!. . . e não dizia mais nada. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. E também espertava quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaimuns diz-que habitando a água-doce por lá. Quando era pra dormir trepava no macuru pequeninho sempre se esquecendo de mijar. Como a rede da mãe estava por debaixo do berço, o herói mijava quente na velha, espantando os mosquitos bem. Então adormecia sonhando palavras-feias, imoralidades estrambólicas e dava patadas no ar.”

Texto 02
“No outro dia Macunaíma depois de brincar cedinho com a linda Iriqui, saiu pra dar uma voltinha. Atravessou o reino encantado da Pedra Bonita em Pernambuco e quando estava chegando na cidade de Santarém topou com uma veada parida.
— Essa eu caço! ele fez. E perseguiu a veada. Esta escapuliu fácil mas o herói pôde pegar o filhinho dela que nem não andava quase, se escondeu por detrás duma carapanaúba e cotucando o veadinho fez ele berrar. A veada ficou feito louca, esbugalhou os olhos parou turtuveou e veio vindo veio vindo parou ali mesmo defronte chorando de amor. Então o herói flechou a veada parida. Ela caiu esperneou um bocado e ficou rija estirada no chão. O herói cantou vitória. Chegou perto da veada olhou que mais olhou e deu um grito, desmaiando. Tinha sido uma peça do Anhanga... Não era veada não, era a própria mãe tapanhumas que Macunaíma flechara e estava morta ali, toda arranhada com os espinhos das titaras e mandacarus do mato.”

Texto 03
“Vida feliz, era bom!... Mas uma feita jucurutu pousou na maloca do imperador e soltou o regougo agourento. Macunaíma tremeu assustado espantou os mosquitos e caiu no pajuari por demais pra ver si espantava o medo também. Bebeu e dormiu noite inteira. Então chegou a Cobra Preta e tanto que chupou o único peito vivo de Ci que não deixou nem o apojo. E como Jiguê não conseguira moçar nenhuma das icamiabas o curumim sem ama chupou o peito da mãe no outro dia, chupou mais, deu um suspiro envenenado e morreu. Botaram o anjinho numa igaçaba esculpida com forma de jaboti e prós boitatás não comerem os olhos do morto o enterraram mesmo no centro da taba com muitos cantos muita dança e muito pajuari. Terminada a função a companheira de Macunaíma toda enfeitada ainda, tirou do colar uma muiraquitã famosa, deu-a pro companheiro e subiu pro céu por um cipó. É lá que Ci vive agora nos trinques passeando, liberta das formigas, toda enfeitada ainda, toda enfeitada de luz, virada numa estrela. É a Beta do Centauro.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Adicione seus comentarios,pois é muito importante para nós que fazemos a AJAC.